Com a aproximação do
dia dos pais, aproveito para falar sobre a importância dessa função na vida dos
pequeninos.
A função paterna, assim como a materna, é de extrema
relevância para a formação emocional e psíquica das crianças. Essa função pode
ser exercida pelo pai biológico ou por qualquer outra figura que se disponha a
isso. Eu, particularmente, gosto sempre de ouvir os pais no consultório, saber
a opinião que eles têm sobre a criança, como costumam proceder com ela, ou até
mesmo, perceber que, muitas vezes, são ausentes e acabam por delegar toda
responsabilidade da criança para a mãe. A mãe, por sua vez, assume totalmente a
responsabilidade e pouco requisita o pai. Se os pais soubessem a importância de
sua função jamais se afastariam.
Quando nasce o bebê, a mãe fica absolutamente envolvida
com o nascimento dessa criança, afinal, a maioria dos cuidados iniciais depende
dela, como exemplo, a amamentação. Porém, a importância dos pais já pode ser
registrada já no início ao proporcionar um ambiente tranquilo e com os recursos
necessários para a relação mãe- bebê. A participação também é válida como dar
banho, trocar fraldas, ninar a criança, assim, já mantendo o contato com seu
pequeno ser e já se mostrando presente, afinal, não existe só a mamãe e
posteriormente é, justamente, essa a função primordial do pai, mostrar para o
bebê que não existe só a mamãe, assim como, mostrar para a mãe que existe um
mundo além do bebê, em uma função de desalienar a relação mãe-filho.
O pai vai chamando a mãe para o mundo, para outras
funções que a mulher deve exercer além da maternidade. Esse momento é muito
difícil para a mulher e ter o apoio e incentivo de seu companheiro é essencial.
Ela pode deixar o bebê porque o pai, vai cuidar, vai zelar, e vai amar tanto
quanto ela.
Os pais também adoram apresentar o mundo para os bebês.
Muitas vezes as mães estão tão tomadas com os cuidados com a criança que acabam
não tendo disposição e energia para isso. Os pais brincam, mostram os
animaizinhos no livro, no zoológico, dão piruetas no ar com a criança, vão à
pracinha e deixam a criança rolar na areia, rolar na grama, descer do
escorregador e fazer algumas peraltices. Outra vantagem dos pais, eles são mais
ousados que as mães. Eles deixam coisas que as mães jamais deixariam. Eles
ensinam manobras na bicicleta, pulos ousados na piscina, cambalhotas na grama,
deixam as crianças se soltarem mais nos brinquedos e também se virarem nas
relações com outras crianças.
Os pais sabem que os filhos devem encarar o mundo, deixam
o filho sair sem blusa para ele passar frio e aprender a lição. Os pais são
grandes formadores de sujeitos para o mundo. Costumam mimar menos as crianças,
costumam cobrar mais responsabilidade, revelam para a criança que o mundo tem
limites e que ela terá que lidar com isso. Apresentar o mundo além do lar é uma
importante função paterna. A função de acolher é tão importante quanto a função
de liberar a criança e ensiná-la a alcançar voos mais altos.
A função paterna pode ser exercida por qualquer figura,
seja ela masculina ou feminina, porém o que é inegável é a importância dessa
função para as crianças. Elas precisam de pais, precisam de incentivos,
precisam ser preparadas para ser um sujeito adulto, independente e disposto a
ir onde for necessário para realizar seus sonhos.
Para os pais que estão exercendo sua função de forma
discreta eu diria para que não percam mais tempo, participem da vida de seus
filhos o quanto antes, não permita que ninguém faça essa importante função em
seu lugar. E para as mães eu diria: deixem os pais participarem. Pai não faz as
coisas como mãe. Não prepara a comida do mesmo jeito, não dá banho do mesmo
jeito, e não repreende da mesma forma, mas aí está, justamente, a importância
da questão, a diferença. Pais e mães são diferentes, lidam com a criança de
forma diferente e essa diferença só tem a contribuir. Onde a mãe falha o pai
entra, onde o pai falha a mãe entra e assim se faz a riqueza dessa
relação.
Aos pais, um feliz dia e mais do que isso, disposição
para essa importante missão.
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