terça-feira, 10 de novembro de 2015

Por favor, não deixem que seus filhos decidam o que comer!!!

           Uma questão que acho pertinente trazer para discussão é sobre um tema, no qual, cada vez mais, se torna recorrente para encaminhamento de crianças para a clínica psicológica: a obesidade infantil. Muitas crianças estão com sobrepeso, com exames médicos alterados e, até mesmo, algumas desenvolveram diabetes por conta da obesidade.
            Muitos encaminhamentos são justificados pela ansiedade da criança, o que ocasiona comer demais e por consequência, a obesidade. Os pais, em geral, narram que não conseguem controlar o apetite da criança, e nem o alimento que ela irá consumir. Normalmente, ao questionarmos o hábito alimentar da criança, percebemos que é muito ruim. Comida industrializada, refrigerantes, pouca fruta, legume e verduras. Outro ponto de destaque é que, os pais, também são, na maioria das vezes, obesos. Eles questionam a obesidade da criança sem, nem mesmo, por em questão a própria obesidade, como se o problema de sobrepeso fosse só da criança.
            Sabemos que a obesidade tem várias causas, má alimentação, problemas genéticos, hormonais, falta de exercícios físicos. Porém, nos casos que recebi a causa que eu colocaria em destaque, sem sombra de dúvidas, seria a má alimentação.             As crianças estão decidindo o que comer, que horas comer e onde comer, uma decisão que cabe aos pais, não a criança.
            Recentemente assisti um documentário chamado: “muito além do peso”, sobre obesidade infantil. O documentário retrata crianças obesas com péssimos hábitos alimentares, aliado a permissividade e desinformação dos pais. Outro ponto em destaque seria a exploração do mercado publicitário, articulando a imagem de personagens infantis, que seduzem as crianças por meio das propagandas. Os pais relatam que lidar com o investimento desse mercado é quase impossível e quando as crianças insistem em consumir esses alimentos, não há como impedir.
            Devo reconhecer que o mercado publicitário é apelativo e sedutor, porém, não seria necessário que os pais enfrentem as investidas do mercado de consumo de produtos infantil? Menciono isso por considerar que, em muitas situações as crianças estão tomando a frente, fazendo escolhas e tomando decisões. Como já mencionei em outros artigos, as crianças não podem tomar decisões, elas são sujeitos em formação e não estão preparadas para isso.
            A alimentação de uma criança é algo muito importante e merece cuidados especiais. Acho praticamente impossível, que as crianças não consumam doces, refrigerantes, fast food, porém, os pais devem decidir o momento de consumir esses alimentos. A rotina de uma criança deve ser de uma alimentação saudável, isso irá influenciar em seu desenvolvimento físico e mental. Existem pesquisas científicas que analisam a influência de uma má alimentação com problemas de aprendizagem, assim, se seu filho está com um desempenho ruim na escola, esse sintoma pode ter relação com a alimentação.
            Há um tempo, os problemas de alimentação na infância, estavam muito mais relacionados com a desnutrição do que com a obesidade. Atualmente, sem dúvida, a obesidade se destaca, o que reflete o sintoma contemporâneo, o excesso se sobrepõe à falta. Os pais acreditam que devem oferecer tudo à criança e isso é prejudicial.
            Encerro com a citação do famoso cozinheiro francês Jean-Anthelme Brillat-Savarin: “Diz-me o que comes, dir-te-ei quem és”.
            Se alguém se interessar em assistir o documentário que citei, segue o link: https://www.youtube.com/watch?v=0v8ENF-lomI.




            

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