segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Como ajudar a criança a lidar com o medo?


Sentir medo na infância é normal e recorrente. Muitas crianças sentem medo de dormir sozinha, ir ao banheiro durante a noite, ir à cozinha pegar um copo de água, dormir na casa de um amigo sem os pais, medo de ir à escola.
            Cada caso de medo deve ser analisado individualmente, mas podemos discutir sobre alguns medos que são normais as crianças sentirem, principalmente na saída da primeira infância, a partir dos seis anos.
            A partir dos seis anos a criança começa a enfrentar situações que exigem maior independência. Ela já passou pela fase do desfralde, desmame, toma banho sozinha, come sozinha, dorme sozinha, entra na escola sozinha, enfim, várias ações de independência já se manifestam.
            É nesse momento que, muitas vezes, a criança manifesta comportamentos de medo. De repente, ela que dormia sozinha, tem medo, que tomava banho sozinha, tem medo, que entrava na escola sem problemas, começa a chorar, espera companhia para pegar um copo de água na cozinha. Os pais, normalmente, estranham esse comportamento e temem que algo de sério possa estar acontecendo com a criança.
            Nessa fase, em que a criança se dá conta que ela já tem condições de fazer muitas coisas sozinhas, o sintoma de medo pode surgir para que, dessa forma, ela possa chamar a companhia dos pais. Se a criança sente medo para dormir, ela tenta dormir com os pais, se tem medo de ir à escola, ela tenta ficar em casa, se tem medo de fazer algo sozinha, espera ter a companhia dos pais.
            Ter a sensação de que temos que enfrentar algumas situações sozinhos, pode causar, realmente, medo e insegurança. Serei capaz de conseguir? Como enfrentar algo sozinho? Adultos sentem essa dificuldade, imagine as crianças.
            Como adultos devemos ajudar as crianças a enfrentar essas situações.
            Pois é, muitas vezes o medo deve ser enfrentado. Temos a tendência de fazer pela criança quando ela sente medo, devemos ajudá-la, mas não fazer por ela.
            Devemos mostrar que o sentimento de medo é normal, eu sinto medo, você sente medo, não é mesmo? Assim sendo, ela tem todo o direito de sentir medo, mas assim como nós, deve enfrentá-lo.
            Alguns medos eu posso até evitar, como exemplo, medo de cavalo, medo de trem da alegria, outros ficam mais difíceis, como medo de ir à escola, medo de dormir sozinho.
            Ajudar a criança a enfrentar o medo, é sinalizar a ela, que tem condições de enfrentar e quando a criança consegue, ela se sente mais segura e confiante.
            Quando a criança não consegue dormir sozinha no quarto dela, podemos ajudá-la, temporariamente, a dormir no quarto fazendo companhia, deixando um abajur ligado, deixando fazer alguma leitura até pegar no sono, permitindo dormir com algum boneco e aos poucos, devemos sinalizar que ela tem condições de fazer sozinha.
            Devemos, também, estar atentos para que nossos próprios medos não estejam afetando a criança. Se eu não consigo lidar com meus próprios medos, provavelmente, irei afetar meu filho. Se for uma mãe e um pai que tenha medo que o filho faça qualquer coisa, esse medo afetará essa criança. Assim sendo, o melhor a fazer é tratar o próprio medo, para que dessa forma, tenha condições de ajudar a criança.

             

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